sexta-feira, 2 de março de 2012


IYÁ MI
Mãe destruidora, hoje te glorifico:

“O velho pássaro não se aqueceu no fogo.
O velho pássaro doente não se aqueceu ao sol.
Algo secreto foi escondido na casa da Mãe...
Honras à minha Mãe!
Mãe cuja vagina atemoriza a todos.
Mãe cujos pêlos púbicos se enroscam em nós.
Mãe que arma uma cilada, arma uma cilada.
Mãe que tem potes de comida em casa.”

As mães são compreendidas como a origem da humanidade e seu grande poder reside na decisão que tomar sobre a vida de seus filhos. É a mãe que decide se o filho deve ou não nascer e, quando ele nascer, ainda decide se ele deve viver. A mulher, especialmente nas sociedades antigas, tinha inúmeros recursos para interromper uma gravidez. E, até os primeiros anos de vida, uma criança depende totalmente de sua mãe; se faltarem seus cuidados a criança não vinga. Em síntese, todo ser humano deve a vida a uma mulher. Se todas as mulheres juntas decidissem não mais engravidar, a humanidade estaria fadada a desaparecer. Esse é o poder de Iyá Mi: mostrar que todas as mulheres juntas decidem sobre o destino dos homens.

“Mãe todo-poderosa, mãe do pássaro da noite.
Grande mãe com quem não ousamos coabitar
Grande mãe cujo corpo não ousamos olhar
Mãe de belezas secretas
Mãe que esvazia a taça
Que fala grosso como homem,
Grande, muito grande, no topo da árvore iroko,
Mãe que sobe alto e olha para a terra
Mãe que mata o marido mas dele tem pena.”

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