terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mensagem de uma mulher, como outras. A partir do meu ventre de reflexão.
"Sou de um tempo onde a Mãe 
abençoava a sexualidade em sua plenitude. Onde as mulheres ofertavam-se a Deusa e serviam de veículos para a realização espiritual dos homens. Como cálices repletos do divino, onde eles procuravam se conectar ao princípio criador. Sou do tempo onde as mulheres eram desejadas e respeitadas em seus corpos naturais e onde a velhice era entendida como sabedoria.

Então escute, enquanto for tempo de aprender com o que ainda temos de precioso no mundo.

Falo através de mim, mas de uma dor antiga e de outras. Do lugar onde milhares de mulheres foram queimadas, torturadas, escravizadas, violentadas.  Falo a partir da memória dos ventres que perpetuaram a vida no planeta e que estão sendo extirpados em massa, por doenças da alma e do corpo; dos seios que alimentaram os homens, e que estão sendo amputados ou negados, desrespeitados e transformados para dar conta do desejo insaciável dos homens que não valorizam a natureza do amor que eles são capazes de ofertar; do sangue conectado a terra e a lua, que renasce o ventre para dar força à criação, que esta sendo derramado nos incontáveis abortos, assassinatos e estupros pelo mundo, neste exato momento.

Falo ao homem que está disposto a ouvir e que tem maturidade para a mudança. Falo ao homem que busca realizar uma verdadeira masculinidade, longe da herança da exploração criminosa e das agressões a natureza e a vida. E pelas mulheres que desejam ser amadas pelo que realmente são: - O Sexo, a fonte primordial, conectiva e criativa é um bem maior, não uma fuga ou escape, onde se “dejetam” os lixos da humanidade.

Então escute, enquanto for tempo de aprender com o que ainda temos de precioso no mundo.

Cada momento é uma escolha. Uma possibilidade de  abertura de consciência, de respeito, amor e partilha.

Ou se bebe do cálice sagrado, água ou vinho, e se compartilha o pão com amor. Ou se derrama o sangue dos inocentes e se lança a taça divina, para sempre, nas profundezas do oceano.
Fonte: Extase da Deusa

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